ultima chamada
onde viajo não precisa de nome; a musica é tocada do corpo para o espiríto, as palavras ecoam pelos vales até ao fundo dos rios, e adoro cheirar a chuva e passar a minha mão pelo vento, sentir o cabelo pesado, as gotas a passearem pela face cheias de brilho de luz.
onde viajo posso dançar na chuva sem medo do escuro, nesse sítio homens e mulheres esboçam sorrisos e os brilhos nos olhos são sementes cheias mundos por crescer...
nesse canto de paraíso não falo qualquer língua, não falo por verbos, nomes e adjectivos compactados em regras ou recheadas de ginásticas literárias, muito menos serão necessárias metáforas engenhosas para desenhar a liberdade!
gostava que viesses um dia passear comigo de coração aberto e cabelo solto... gostava que um dia não pintasses a cara pela manhã e seguisses só mais uma vez comigo neste caminho descomplexado pela simplicidade de viver em comunicação sinérgica com todos os elementos que nos rodeiam...
comigo verias novamente como a flor esboça sorrisos, as folhas de outono dançam mesmo com o vento, e a chuva toca bem la dentro na nossa rebeldia! e sei que escolheste a tua vida no teu quintal da tua forma, com os teus objectos e tuas racionalidades... no entanto não quererás ter a certeza tal como eu quero, que talvez, só talvez, encontrarás a felicidade no verdadeiro beijo?
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