no vazio esconde-se a obediência
ao passar pelas faculdades no início de cada ano, avistam-se os trajados, os mais novos de cabeça baixa em fila sem sorrir escondendo a revolta. O tempo passa e a revolta transforma-se rapidamente em aceitação, o ser humano de hábitos sobrevive a tudo e o medo mantêm-nos sempre no silêncio, no vazio da ausência de vontade autónoma e liberdade.
não admira os anti-depressivos, as consultas ao psicólogo, as idas constantes às compras, render-se às televisões e ao fanatismo a tudo o que possa ser mais fútil.
a mulher e o homem no medo guardam toda a sua dor, fingem para si ter orgulho quando já entregaram a sua dignidade à vontade violenta de outro.
neste momento amo cada homem ou mulher que grite não! que não se submeta às vontades, que não se venda ao medo, que lute por uma personalidade, por um ser que não o imposto, uniformizado e vendido!
de mudo a cego, a obediência transforma-nos em bonecos robotizados, em seres sem vida, sem coração. deixamos o mundo do sonho, da criatividade, da imaginação, do toque, do sorriso aberto, do riso descomplexado, do andar leve e liberto, das palavras com vida, dos pensamentos bondosos, da revolta contra o mal, da amizade e amor incondicional, da empatia por todos os seres, todas as arvores, todas as plantas, todos os fios de agua e tudo o que tenha uma vida e uma vontade, uma alma, um motivo!
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