prisioneiros da vida ou morte?
estou irremediavelmente ausente, corajosamente percorri quilómetros e quilómetros dentro desta bolha da civilização. arrogo-me de ter descoberto a escravatura do ser, a prisão do presente apresentado como a não vida, sinto e toco, sem pedir, este lugar podre, desumano e incoerente.
é na ausência que descubro esta escravatura ao status quo, tempo estático. os tempos livres não passam de breves masturbações mentais, alívios, descansos dormentes, por vezes e muitas vezes por regra não são nada mais que meros esquecimentos de um vazio impenetrável.
este sítio demasiado povoado não é apenas um estado da mente, não é somente uma perturbação temporária, uma ilinearidade no tempo; tornou-se genético, cravou-se na história. É a vida não viva subserviente ao presente caótico apresentado como ordenações do sublime.
a morte pouco demorará a chegar... sinto-a quase religiosamente, da mesma forma que as mais ridículas religiões nos avisam do apocalipse, dos terríveis desastres...
O que poucos de nós conseguem ver, é que não é no mundo exterior que ocorre a morte, não são grandes tempestades ou desastres apocalípticos que provocam esta morte. a verdadeira morte não é só morte quando os corpos deixam de dançar, sorrir ou chorar... a morte autêntica é a morte do ser e da energia da vida... o fim da vida apresenta-se com sorrisos mentirosos, com corpos que dançam sem dançar sendo todos os movimentos meras programações robóticas, imitações requintadas de vida, peças de teatro que tocam o real mas somente na aparência.
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