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não há erros gramaticais ou morais, há maneiras de pensar. eu escrevo a dançar pateticamente uma musica sem som!

terça-feira, novembro 08, 2005

sem titulo

estou cansado...
não percebo porque tanto idolatras as paredes rabugentas, cheias de musgo que se alastram como um vírus contagiante...
sinto que és nada...
se encostar o meu ouvido ao teu peito - nada! é o absoluto vazio... passas todos os dias igual, sem mexer um músculo da face, sem que um só sorriso transfigure e subverta a tua seriedade sem sentido.

não passas de um escravo que se finge satisfeito...
uma satisfação sem emoção, uma satisfação sem alegria, uma satisfação sem sentido sentimental... é o estático que te cativa, é o tempo parado, a vida inerte que te alimenta esse corpo que está mais pesado que chumbo.

chega a noite e avanças como um boneco de pilhas pelas ruas... as crianças assustam-se com o teu andar... agora tudo te serve de vacina, pareces uma máquina de consumo da futilidade.

devo lutar para que o sangue se mexa de novo nas tuas veias? pergunto-te aqui no local mais escondido do mundo, que te serve seres assim? espero impacientemente por uma resposta verdadeira, alguma resposta que me possa dizer se te posso ou não, ajudar...

sinto que a minha vida cresce tão bem como uma flor que foi cuidada todos os dias... tento me perceber de todos os sons harmónicos que saem deste nosso mundo rotativo e incansável... neste esfera gigante que nos ama sem julgar... no entanto sinto que sou como tu, não percebo porque enquanto me mexo à tua frente à espera de uma reacção, parecemos tão diferentes... no entanto, sei-o, somos iguais...

tudo se transforma, tudo está em movimento quer de translação quer de rotação, toda a matéria no universo está em mutação e movimento mas tu continuas aí parado... será que é a maneira de venceres o teu próprio criador? será um jogo sem fim que não consegues deixar de jogar?
as vezes volto as costas e penso que outro alguém acabará por aparecer, e talvez ao contrário de mim, perceber o teu jogo... mas depois de andar um pouco descubro que tu estás em todo o lado, em todas as ruas, em todas as casas, em todos os jardins e todos os sítios que não na minha mente...

agora que te falo por aqui onde ninguém te pode ver, onde ninguém te pode julgar pergunto-te sem quaisquer segundas intenções... porque estás absolutamente inerte?