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não há erros gramaticais ou morais, há maneiras de pensar. eu escrevo a dançar pateticamente uma musica sem som!

terça-feira, novembro 08, 2005

teia

estende-se a teia por onde me aventuro a deslocar sempre em bicos de pés até que, por obra da minha curiosidade, fico absolutamente preso no casulo devorador de sonhos.
enquanto durmo confortável e profundamente, sonho vidas vivas, retratos de felicidade infantil assombram as teias que me tentam, minuto após minuto, tapar a minha boca mas sem nunca chegar ao meu sentimento, aos meus pensamentos...
rendo o meu corpo ao presente enquanto a minha mente viaja para lá do conhecido... é a esquizofrenia que criei e que me mantém completamente protegido de uma formatação e lavagem cerebral.
enquanto não aparece o devorador, nunca irei vender o meu coração para assim me tornar mais um dos criadores de teia que se multiplicam ao ritmo do vento.
sinto o coração cada vez mais forte, e chega mesmo a pôr à prova a elasticidade da teia que tenta sem sucesso apertar o meu peito...

no dia que o devorador aparecer, estarei preparado para fugir, sem medo da morte, sei-o hoje que o meu coração não aceita qualquer tipo de suborno...

embora saiba que um dia, mais cedo ou mais tarde, chegará a morte não tenciono viver no medo incessante de chegar a esse dia, nessa paranóia derrotista... a morte faz parte de mim... um dia meu coração irá partir, quero que no dia que abandone o meu corpo esteja tão puro como nasceu... para isso combato o poder com a força do perdão, combato o ódio com a força do amor e combato a injustiça com a força da palavra...

sei que nunca me irás compreender, tu que além de amarrado já compraste o caixão menos ou mais luxuoso para o teu coração. sei que não é contra mim que lutas mas sim contra o medo de perder esse teu sítio de repouso profundo, morto mas ao menos descansado.