confronto
criaturas da noite de pulsos arregaçados gravatas desfiguradas e passos escuros e fraudulentos... espreitas o musgo das paredes e o sono eterno, nadarás no ouro corrupto dos mais ricos e requintados. ostentas o ódio como espada pintas sem cor um mundo de fortes e fracos. no outro dia, enquanto vagueava à beira rio no porto, cidade mórbida e sonolenta, deparei-me com o teu vago físico esguichado coberto de sombras conspiradoras... alimentas-te do sono conformista deste povo desajustado já sem cultura e origens sem luta e abastado de pequenez de espírito.
como sempre baixei ligeiramente o queixo, valerá o confronto? de punho cerrado, cabelo a dançar ao vento, pele queimada mas renovada cheirei o meu ódio por ti, jamais venderei meus pensamentos e sonhos à tua rudeza e face de prostituta mental.
aos poucos rasgo o negro do preto do teu casaco recto cortado às franjas sem o mínimo de arte... aos poucos por detrás dos recotes aleatórios e agressivos surge o metal do teu corpo de boneco articulado esbanjado de ouro nojento e sujo... agora descoberto, amedrontado o teu corpo liquidifica-se em vergonha e desapareces da vista dos meus olhos!
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