12 e 13 de agosto
sábado 12 de agosto
a caminho do supermercado avistei um homem que tocava acordeão... sentado de forma pouco ortodoxa e de face escondida com a sujidade, tocava uma música alegre e popular. no cimo do acordeão, sentava-se um cachorrinho branco de focinho preto com uma garrafa de plástico cortado ao meio pendurada por um fio preto para os trocos...
uma imagem tão bela por detrás de uma realidade tão bruta e podre... uma garrafa de agua reutilizada, uma música alegre, um cachorrinho querido, um homem na luta por sobreviver no meio de tanta riqueza...
no supermercado no pagamento a empregada ao ver-me tirar os sacos de pano da mochila questionou de forma quase retórica com um grande sorriso, não vai ser preciso sacos pois não?
senti-me compreendido, porque na maior parte das vezes parece que nem olham e metem as compras num saco de plástico e eu tenho de dizer... não é preciso sacos, obrigado! parece que não mas há uma certa dificuldade em dizer isto, parece que estamos a rejeitar um favor... esta empregada era mesma simpática e ao me despedir desejei um bom dia ao qual era correspondeu com outro enorme sorriso... adorava que fossemos todos assim, sorrisos abertos e francos, é verdadeiramente contagiante e seguimos muito mais alegres e felizes rua fora...
domingo 13 de agosto
hoje as ruas parecem-me tenebrosas, apesar do pleno calor e luz de verão. há quase uma neblina invisível, fantasmagórica, o porto no verão é quase um vasto cemitério e o asfalto solta um calor quase molesto...
só os passarinhos sonorizam de uma forma jubilosa o cantar próprio da estação, domingos são com certeza os seus dias preferidos estarão abençoadas com a redução do números de carros podendo assim fazer ecoar os seus sons harmoniosos por distancias muito maiores.
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