bailarino
amanhecer sem sono
vejo o mundo por entre vidreiros
respiro o ar que respirei
sonho mudo, sonho o silêncio
vivo o medo do caos
e as viagens soltam-se como candeeiros do tempo
dentro de um outro tempo ausentado
agora enchem-se as fil(h)as do cemitério
não há nada para viver
saiem todos da derrota com grandes medalhas
com as quais enterram o seu próprio corpo e mente
por entre copos e brindes
venha mais um de absinto
quero esquecer a minha luta sem dor
e como bailarino dançarei noite fora
uma dança de palavras que magoam quem sente
quem ainda sente bem dentro a dispneia
e enquanto os risos me preenchem o vazio
e enquanto sou o centro de todas as atenções
enterro todo o meu corpo já disfarçado
mas o vazio, esse, ainda dança à volta de todos os copos
embriagado chego a casa sem nada
terei de dormir e esquecer a solidão
é tempo da noite sem sonho
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