eu a falar com minha chávena de chá matinal que não bebo nem quero beber
ganancia é mera avareza do morto. não digas que és ditosa aí sem mim se transpiras a saudade e se o vento matinal inebriante te faz descalçar os sapatos.
não te imagino nua, já nem te imagino crua, no meio de tanta maquilhagem esse sorriso esbate o baton à volta dos lábios, e nos cantos da boca desenham-se manchas, marcas deixadas pelo meu toque. e tudo o que fizemos está-te no sangue, no ar que respiras arduamente, na cama onde dormes, nos sonhos que não já não ousas sonhar.
tu pisaste os meus pés, esfolaste a minha pele, deixaste todas as marcas dessa insegurança estúrdia e agora ousas brincar à morte?
quem me dera não ouvir a tua voz triste e que seguisses sem mim a tua aventura sem qualquer pesar e sem qualquer nota musical extravagante escamoteando a futilidade ridícula. olha hoje para ti, desenhas somente um corpo!
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