sou um desvairado alegre
ideias saltam-te neste ecrã! tás a ouvir as suas notas que passeiam por todas as tuas emoções já quase descoradas, ai já têm bolor!!! amiga, amante, sussurante, viajaste para aqui e agora vi-te partir com o vento da guerra e da autoridade. volta aqui para te falar um segredo que deixei embrulhado no meu armário, solta o teu cabelo e junta-te à festa do sentir e do ouvir. minha companheira do jogo, da brincadeira pueril! ai que o vento... ai o vento que te leva para longe, para fora deste raio de paixão. será que ele te trará de volta quando deixar profundas as suas marcas possantes, corpulentas de uma vida deixada ao abandono? como uma antiga fabrica abandonada dissonante do tempo que em tempos trabalhavam centenas de vidas a ganhar o seu pão?
tenho saudades dos teus cabelos a dançar no teu peito, e da tua voz ainda a crescer, dos teus lábios que beijavam a sorrir, do teu nariz que exaltava a beleza da diferença, da anormalidade bela... e agora resta-me este sorrir patético de poeta que viaja e viaja pelos teus sonhos e tuas manhas de sol! eu sei que sou uma criança que viaja pela tua pele com toda a puericia da bondade, e sei que não vivo para sustentar a normalidade nem o padrão, mas, espera ai por mim! deixa-me só tocar um pouco de piano melancólico cheio de notas sentidas e vividas, cheia de sonhos que vivi e esqueci por ti... meu amor, meu amor do passado solto e alegre, desvairado, alterado, porque esqueceste o meu sussuro??
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