sem título
estou livre! sentei-me, espreguicei-me, exclamei liberdade do fundo destes pulmões! descobri-me na ausência de ti, de vocês, de outros!
e podem haver 1001 corpos me desejam, mas agora fico só especado a olhar para o meu sonho ideal, uma beleza feita na noite da liberdade... e não descansarei sem sentir-te aqui no real, na vida, no presente e futuro que vivo e rebolo.
ela sorrirá para todos e andará aos saltinhos quase sem tocar o chão porque ela não vive presa ao chão nem ao padrão. ela solta as palavras sem medo do não! ela observa a lua com os seus olhos doces de rebeldia... não me interessa o desenho do seu corpo, ou a forma da sua cabeça, interessa-me sim o que pensa! sim e livrei-me das amarras do passado achatado, por momentos julguei que tinha esquecido o sonho ou mesmo o amor!
é da pureza que falo, aquela irreflectida mas sentida, aquela que assombra os mortos-vivos, aquela ridicularizada, transformada no absurdo por uma razão delirante. aquela que ninguém quer acreditar por medo de sentir, de viver, aquela que fugimos porque não aparece nos ecras de televisão ou num quadro de uma escola. aquela que ainda desenha futuros não lineares, não aborrecidos, não previsíveis. aquela que ninguém ouve porque está demasiado ocupado a obedecer, aquela que dança a esperança, aquela que só habita no coração da criança. aquela que tocou o piano sem esquecer as notas, aquela que não ganhou ferrugem do abandono! aquela que respira a simplicidade, a bondade! aquela que ama com chama!
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