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não há erros gramaticais ou morais, há maneiras de pensar. eu escrevo a dançar pateticamente uma musica sem som!

quarta-feira, novembro 15, 2006

novo blog

o meu novo blog no servidor pegada:
http://pedrog.pegada.net/




terça-feira, novembro 14, 2006

perdi o que tinha?

juntos vamos desmascarar e recitar, a alegria em fulgor da festa em vigor! tudo serve para esquecer a ressaca da dor! mistelas de álcool, frenesim teatral, loucuras pérfidas que sabem a cosmético insosso!
assomados pelo tempo, a cambalear feitos títeres, a apaziguar a sua solidão indiferente, o amargo vazio torna-se estonteante. nada é o que sonham, as utopias derrubadas, as quimeras queimadas! em criança eram o mundo, em criança transpiravam a beleza genuína e a festa pueril!
agora junto-me a vós? beber um pouco dessa bebida bem forte, e será que perdi o que tinha? agora restará o pó? e a morte? estará ela aí na porta do meu quarto? serve aí sem medo mais garrafa de absinto para me ausentar desta dor sem fim! que mal fará por momentos esquecer a angústia de viver?
trabalho é a navalha em dever, da proibição do brincar e das vidas encharcadas no terror de viver memórias quando as salas do direito ao papel e metal abundam-se de fantasmas conspiradores desta realidade absurda!
escravos do trabalho, tudo se transforma em desfiles de modas, resta-me esta luta ridícula contra este paradoxo que nos obrigam a viver.
e apesar de vez em quando ávido e devorante e apesar de por vezes obediente e escravo dos números bancários não me canso de dizer: são as contradições que por vezes nos fazem fortes, porque um dia passará o tempo e virá o deleite eterno e em cantar uníssono vamos todos festejar o fim do capital!

imagem tirada de: http://oswaldism.de

sua noz!!!!!!!

peço uma atenção
és uma noz
fruto enrolado
coração fechado
abre-te sésamo
liberta
o rabo
chama a curiosidade
à acção
incendeia a paixão
vive em comunhão

miúda!
quase criança
quase inocente
e cheia de pureza
calca o medo
derrete a frieza!
deixa a razão
para os padrões
nas paredes
e a lógica para os doentes
do sistema
vive a emoção
solta a paixão!

estou atado como tu
mas puxei carroças
como escravo do sentimento
mas livre do medo!!
não haverá nada a perder
só corações a ganhar
não é insignificante
a vida
é insignificante
a não vida!

segunda-feira, novembro 13, 2006

texto antigoperdido

quem me dera subir esta árvore quem me dera escalar essa montanha quem me dera sorrir pa'esse rio quem me dera chorar lágrimas de vento quem me dera que a tempestade levasse toda a dor quem me dera que que houvesse algo real neste mundo cheio de ti!
estou mudo por sonhar mudar o mundo estou cego de amor incompreendido na exclusão enfastiado pelo silêncio saudosista do teu cheiro arrependido do o ter vivido sorrido exprimido espremido! vozes surdas encarceram a nudez estou mudo surdo cego na ausência de ti. nós voamos alto e avistamos o mundo passar sem nunca querer por um momento descer. nós aspiramos o eterno fluído sem mágoas. não queriamos descer por os pés de volta no chão queriamos voar sem nunca esquecer o toque. eu sorria sorria eu vivia eu descalçava todos os sapatos eu olhava com ambos os olhos e inspirava com ambas as narinas.

para alguém que esqueci de esquecer

nunca viu
os olhos
sentidos,
nutridos pela esperança
que adornou o amor

quando ela fugiu
o vento soprou
a liberdade voltou
sorriu
na tepidez das curtinas
agora
os lençóis
não se mexem
presos à cama
sem sítio para respirar
e espírito para sentir

mudei,
porque sofro
exclamei por ti
do fundo da alma
tudo podia amotinar
mas a vida
acabou por segregar
despachou, ocultou
derramou, suspirou
a dor é presente
a angústia é passado
o sofrimento é corrente
a vida é alegre
o sorriso elegante

jamais esquecerei
o tudo que foi
e o nada que é!

quinta-feira, novembro 09, 2006

esquecer e saltar

haverás de guardar o tempo?
estou preso à cruz
sem esperar a morte
em fé num rasgo de luz

a esperança não estiola
só quereria os teus olhos
para cheirar o meu reflexo
mas o tempo passa
a ilusão cresce
o sonho luta
não existirás?
tu eras a mais bela
mas será mera divagação?
insanidade da realidade?

estarei neste abismo
à espera de saltar ou fugir
de voar ou conformar
e cresce a ansiedade no peito
e o tempo bate feito tic tac
as horas são dias e os dias anos
porque esperarei?
porque não solto estas asas
e venço o martírio do passado
eu que vivo feito peter pan
repleto de quimeras

esquece-a e vive para o vento
segue a sua veia imprevisível
o seu desconcerto
a sua paixão insegura!
verás que visitas as nuvens
cheiras o céu
e cantas para a lua!

segunda-feira, novembro 06, 2006

segurança

e espreito tudo o que já senti e o orgulho que engoli, o amor que nunca morreu mesmo após desvitalizado, a paixão que ainda bate, o corpo que ainda pede o aconchego.
estou aqui neste inóspito espírito, desassossegado clamando por corações! eu sou este braço que atravessa a porta, sou o terreno que pisa os pés, a luz que esfrega a clareza da mente! espera por mim coração inabitável, deixa aí um pequeno canto para as minhas botas; elas percorreram o auge do sofrimento e visitaram as mais pacatas aldeias!
vencedor das lutas perdidas - dá-me um copo de vinho, uma mistela de álcool, uma discoteca sem alma, uma cidade sem pastoril, um corpo sem atracção, uma alma com dono! estou farto disto, e esfrego os tímpanos furados, a boca a arder, o coração a derreter! estou farto disto! quero sair de fora para dentro do corpo, e construir uma muralha mais alta que a minha testa envolvendo o físico. vamos lá acartar o cimento e construir os muros! juntos, eu e a minha alma de amor; juntos içaremos o nosso graal! completamente alucinados, eu abraçado a mim, sem dor, sem visitas, sem promessas descabidas, amores falsos, nem almas pérfidas; sem obsessões de posse, nem traições sofredoras. o paraíso da vida é a segurança da solidão!

imagem tirada de: http://chronicle.uchicago.edu

quinta-feira, novembro 02, 2006

o fim e o inicio

escapou
o corpo
derramou insegurança
esqueci o morto
venci o degredo tímido
limpei hoje mesmo
esta alma
outrora pesada

lancei o coração ao fogo
e deixei arder

por ti
corria o mundo
mas mesmo por ti
não o tu
complacente
por isso
esqueci
e sigo todas as correntes
à espera do genuíno
e agora
só se for um beijo
um toque de momento

nada em ti soa a eterno
e no agora
eu nado no efémero

terça-feira, outubro 31, 2006

obrigado

peculiar esse teu vestido, cobre a alma da dor, é o medo da fantasia e do êxtase do movimento vital! o cenário é ofusco, e as tuas formas pernoitam abrigadas por uma cortina semi-transparente. lá sentes levemente umas notas de piano, sempre sem força para tocar até o fundo da nota, mas percorres todas as escalas e deixas o som explorar a tua quimera!
e concedes um toque? só para mostrar que estou aqui e aprecio esse teu canto e esses teus olhos ainda abertos, curiosos.
eu? sou um mero tolo, e acredito sempre nas mesmas fantasias, o tolo da paixão, o tolo da vida que acredita sempre na paz dum mundo em guerra, como acredita no amor das auras silenciosas! e mesmo sem a razão, lógica ou matemática do meu lado, não transbordo para o realismo. muitos dizem: é sinal de maturidade a conformidade, sinal de outros tempos, outra maneira de ver a vida. aceito as opiniões mas quero descansar sobre corações; a vida é longa, as paixões são curtas mas o amor é profundo como mar, deita-se no infinito do horizonte e dança alegremente com o vento. ora fecha os olhos e sente o seu som grave, o seu cheiro a voar com a brisa!

todos os dias agradeço silenciosamente ao mar, porque a sua sabedoria sustenta as minha utopias e sonhos!