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não há erros gramaticais ou morais, há maneiras de pensar. eu escrevo a dançar pateticamente uma musica sem som!

domingo, maio 15, 2005

isis

ouço ainda os teus passos pela casa...
o teu latir ao tentar de subir a minha cama, o teu ladrar a pedir que te abram a porta...
os dentes a rasgar a pele nas pernas, as unhas a raspar na tentativa de subir à minha altura, os murmúrios durante o sono e o teu olhar gentil quando te olhavam fixamente...

sinto que já derramei todas as lágrimas, que já apertei o meu peito o mais fundo e nem as boas memórias fazem a tristeza cair não sei que mais faço para aceitar a tua partida e controlar a minha revolta...
e se o tempo pudesse andar para trás tinha-te levado para outro lugar, onde ninguém te deixaria morrer

acordo todos dias com a sensação que nada posso fazer para tudo isto deixe de acontecer, no nosso bairro, no prédio, na nossa casa... o medo da morte de mais alguém importante para mim passa-me todos os dias pela cabeça... não aguentaria mais nenhuma perda e sinto agora toda vulnerabilidade de um EU que julguei sempre invulnerável, invencível, capaz de enfrentar os piores medos e atrocidades deste sítio e pessoas, insensíveis, cobardes, artificiais e essas sim, verdadeiramente
mortas...

sei que um dia se me recompor de toda esta tragédia dedicarei toda a minha luta a ti... sei que me darás toda a força para que possa controlar toda a raiva e ódio que tenho contra quem te matou e quem mata e transformá-la em vontade de transformar o decadente presente!!



terça-feira, maio 10, 2005

untitled #1

o tempo transfigura as faces, o tempo mente para a mente, a tristeza caí e nestas alturas a futilidade é o embrião de novas vindas aos novos dias depois do mal ter afundado todo o orgulho daquelas cabeças!
acabaram-se os narizes empinados, mas seguem caminho a ignorância e a repetição insensível d@s provocador da tragédia, do drama, do assassinato injustiçado...
este mundo é demasiado cruel... demasiado cruel, horrivelmente cruel...

adeus mundo cruel, eu estou de partida quero habitar outras vidas e esquecer a morte, o assassinato frio e o vazio daquelas cabeças estúpidas...

máscaras mortas ensanguentando o horror, mentiras dentro de choros falsos na tentativa de esconder culpa, a vergonha, o degredo... no mal está a vergonha de ser-se quem é, porque o ser de quem não tem coração é a morte cerebral, é o vazio incontrolável, é chumbo nas artérias gordas das mentiras e cobardias... hoje as células da pele já são verdes, ainda assim escondem o cinzento do tabaco que insistem em fumar para assim conhecerem a morte mais cedo e poderem fazer outro alguém chorar sem que se aperceba do óbvio nada que são...

matam e querem morrer, este tipo de gentes deve existir em toda a esquina, em toda a cidade, em todo este mundo cruel... é a sua vergonha que controla todos os actos de cosmética sofisticada, de perfume estragado e mal cheiroso...

ajudem-me a sair do lado deste estrume doente, contaminado e contagiante!!!