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não há erros gramaticais ou morais, há maneiras de pensar. eu escrevo a dançar pateticamente uma musica sem som!

quarta-feira, agosto 30, 2006

massa crítica


e seguimos com as nossas rodas à mostra, rua fora sem medo da prisão ou da morte! porque as estradas deveriam de ser de tod@s e as os caminhos para o futuro sem fumo e buzinas irritadas. porque o mundo não é de quem polui mas de quem o usufrui. e como rebeldes da estrada, seguimos sempre em frente com as nossas cantigas e aventuras para contar!
uma bicicleta por menos um carro, uns pés por menos uma mota e imaginas uma cidade, uma vila, uma aldeia que todos andamos na rua sem medo de fugir do passeio, quando ele existe?
onde as crianças podem passear sem medo de ser atropeladas, onde os cães gatos e demais podem circular e dormir?
não seria tudo mais simples, se ao sairmos das nossas casas pudéssemos respirar fundo e não sentir o ar pesado e chumbo a entrar pelas artérias?
mas porque temos medo de mudar? será tão difícil reciclar a nossa atitude e o nosso dia-a-dia?

se acreditas que alguma coisa pode mudar nas nossas cidades participa, organiza, faz uma massa crítica http://www.massacriticapt.net/

terça-feira, agosto 29, 2006

sem título

estou livre! sentei-me, espreguicei-me, exclamei liberdade do fundo destes pulmões! descobri-me na ausência de ti, de vocês, de outros!
e podem haver 1001 corpos me desejam, mas agora fico só especado a olhar para o meu sonho ideal, uma beleza feita na noite da liberdade... e não descansarei sem sentir-te aqui no real, na vida, no presente e futuro que vivo e rebolo.
ela sorrirá para todos e andará aos saltinhos quase sem tocar o chão porque ela não vive presa ao chão nem ao padrão. ela solta as palavras sem medo do não! ela observa a lua com os seus olhos doces de rebeldia... não me interessa o desenho do seu corpo, ou a forma da sua cabeça, interessa-me sim o que pensa! sim e livrei-me das amarras do passado achatado, por momentos julguei que tinha esquecido o sonho ou mesmo o amor!
é da pureza que falo, aquela irreflectida mas sentida, aquela que assombra os mortos-vivos, aquela ridicularizada, transformada no absurdo por uma razão delirante. aquela que ninguém quer acreditar por medo de sentir, de viver, aquela que fugimos porque não aparece nos ecras de televisão ou num quadro de uma escola. aquela que ainda desenha futuros não lineares, não aborrecidos, não previsíveis. aquela que ninguém ouve porque está demasiado ocupado a obedecer, aquela que dança a esperança, aquela que só habita no coração da criança. aquela que tocou o piano sem esquecer as notas, aquela que não ganhou ferrugem do abandono! aquela que respira a simplicidade, a bondade! aquela que ama com chama!

quinta-feira, agosto 24, 2006

pateta

mostra-me o céu enquanto caminho com patas grossas, furiosas, fortes. sou um pateta, sonho com a felicidade do mundo, sou um idiota quero liberdade para tod@s, quero pão, amor e paixão. sou um mero tolo que ainda acredita na revolução!
e peguei na minha mão e dancei e dancei e dançarei, talvez sem amor, talvez sem calor, com a amarra da esperança e fé de criança. e chorarás por me ver nesta luta sem fim agora que tas sem mim; mas o mar leva-me com as suas ondas e a sua imensidão porque no horizonte ele desaparece e assim faz-nos sonhar que ali, ali bem no seu horizonte chegará o amor que nos salvará!
minha mãe terra, eu sossego com a tua beleza e amo cada gota do teu cheiro, vivo cada fragrância da tua agua, minha mãe, que amas o mais louco, o mais tresloucado caminhas comigo sem medo do fim porque confias em todos os corações. um dia mais cedo ou mais tarde o amor chegará e nesse dia estarei com o maior sorriso que me ofereceste! acredita! não passa de uma valsa ou de uma salsa. é uma peça de tango com uma cor viva como um mango! é só pegares na tua própria mão e seguir o cheiro do som, a loucura do amor, do clamor! verás que se deixares o corpo seguir sempre esta valsa desvairada ele dança, à tua maneira, à minha maneira, à nossa maneira e o mundo gira e gira e gira e tu danças e danças, sem doença, sem fome, sem guerra, sem altivez, sem rancor, sem glamour!!

quarta-feira, agosto 23, 2006

sou um desvairado alegre

ideias saltam-te neste ecrã! tás a ouvir as suas notas que passeiam por todas as tuas emoções já quase descoradas, ai já têm bolor!!! amiga, amante, sussurante, viajaste para aqui e agora vi-te partir com o vento da guerra e da autoridade. volta aqui para te falar um segredo que deixei embrulhado no meu armário, solta o teu cabelo e junta-te à festa do sentir e do ouvir. minha companheira do jogo, da brincadeira pueril! ai que o vento... ai o vento que te leva para longe, para fora deste raio de paixão. será que ele te trará de volta quando deixar profundas as suas marcas possantes, corpulentas de uma vida deixada ao abandono? como uma antiga fabrica abandonada dissonante do tempo que em tempos trabalhavam centenas de vidas a ganhar o seu pão?
tenho saudades dos teus cabelos a dançar no teu peito, e da tua voz ainda a crescer, dos teus lábios que beijavam a sorrir, do teu nariz que exaltava a beleza da diferença, da anormalidade bela... e agora resta-me este sorrir patético de poeta que viaja e viaja pelos teus sonhos e tuas manhas de sol! eu sei que sou uma criança que viaja pela tua pele com toda a puericia da bondade, e sei que não vivo para sustentar a normalidade nem o padrão, mas, espera ai por mim! deixa-me só tocar um pouco de piano melancólico cheio de notas sentidas e vividas, cheia de sonhos que vivi e esqueci por ti... meu amor, meu amor do passado solto e alegre, desvairado, alterado, porque esqueceste o meu sussuro??

medo

sentados, encostados a um pilar de uma velha estação de comboio, cada um em lados opostos, falávamos do medo... enquanto enrolavas engenhosamente um fio de cabelo no dedo sussuraste - eu hoje compreendo o medo, a sombra que se deita sobre a liberdade, o seu arrepio extasiado que em certas mentes suspende até a mais forte paixão.
- ai o medo sobejo o qual não consegues dominar - afirmei - por vezes certas pessoas morrem do medo, tornam-se submissas da sua escuridão. na verdade penso que esse medo matou parte da minha rebeldia quando era adolescente, transpirava só de pensar que um dia poderia ser descoberto a fazer alguma pseudo-maldade, uma irregularidade, um desvio...
senti o teu respirar enquanto a minha voz baixava o tom... - aprendes a aceitar o medo - interrompeste - a chave ta na sua aceitação, não na sua destruição... ao destruíres apenas mataste a vida em ti, fugiste do sentir, sem medo não há o sentir, não há amor, não há paixão.
- parece que assim dizes que devemos gostar do medo, que ele é o edificador de todas as nossas emoções? - perguntei de forma algo inocente.
- não, eu diria que ele é indicador. como um indicador de vida, um contador de pulsações - retorquiste de forma eloquente, eu sentia os anjos a aflorar o som dos teus lábios, vivias intensamente estes momentos de dialogo. - mas ele nunca pode ser eliminado, a única forma de o eliminar é deixar todos os sonhos e assim morre o indicador junto com o sujeito...
- a televisão! - exclamei - é sintoma dessa necessidade de abstracção, de substituir a própria vida e alimentá-la de fora para que aparentemos vivos. se vivermos a vida de outros, o sofrimento de outros, a paixão de outros, no nosso sofá encostados com a barriga no ar o medo não nos visita, o medo perde-se nos fios da electricidade nos raios catódicos, no plástico daqueles cubos.
- que títeres nos tornamos!! - suspiraste - marionetas com calçados desconfortáveis, movidos a pilhas de obediência. espero um dia respirar outras vidas e outros ares...



imagem tirada de http://www.woostercollective.com

terça-feira, agosto 22, 2006

eu a falar com minha chávena de chá matinal que não bebo nem quero beber

ganancia é mera avareza do morto. não digas que és ditosa aí sem mim se transpiras a saudade e se o vento matinal inebriante te faz descalçar os sapatos.
não te imagino nua, já nem te imagino crua, no meio de tanta maquilhagem esse sorriso esbate o baton à volta dos lábios, e nos cantos da boca desenham-se manchas, marcas deixadas pelo meu toque. e tudo o que fizemos está-te no sangue, no ar que respiras arduamente, na cama onde dormes, nos sonhos que não já não ousas sonhar.
tu pisaste os meus pés, esfolaste a minha pele, deixaste todas as marcas dessa insegurança estúrdia e agora ousas brincar à morte?
quem me dera não ouvir a tua voz triste e que seguisses sem mim a tua aventura sem qualquer pesar e sem qualquer nota musical extravagante escamoteando a futilidade ridícula. olha hoje para ti, desenhas somente um corpo!

domingo, agosto 20, 2006

incondicionado pela condição

o amor incondicional condicionado pela ausência de liberdades! moras no meu peito, morres no teu preito, choras a imperícia de emoções... nada mais importa estarás morta!
estou tão perto mesmo tão ridiculamente longe... nunca me abri desta maneira e todos estas letras que te aparecem subitamente à frente desse olhar enfastiado da fatiga são formas desenhadas pela minha visão tão eloquente e arrojada.
nada mais importa estarás bem morta, e lanças esses teus ataques de sentimentalismo vitimizado que são meros ecos secos que dissimulam a tua morte prematura e obediente!
eu e tu, rei e rainha deste sub-mundo imaginário que pintei com todas as cores que conheci e desconheci vivemos neste lago que era demasiado pequeno para dois grandes egos e agora tu que moras cá dentro dos pulmões e não me deixas respirar... então não respiro por ti, porque o meu ego já se espalhou harmoniosamente pelas entranhas das arvores e pelos nervos das folhas... consciente que este perdão será o fim da nossa história, mas ciente que esta é a sua salvação! quem ama no género incondicional não vê razão para qualquer tipo de conflito, e deixa-se ganhar pela usura dos superegos desumanos e por vezes silenciosos...


imagem tirada de http://www.sgeier.net/fractals

sábado, agosto 19, 2006

viagem alucinante

e parece que estou a voar... vendo tudo lá no alto, tudo tão longínquo, tudo tão desapegado! estou sozinho nas alturas porque a sociedade recusa-se a erguer-se e a trepar os sonhos.
estará alguém aqui comigo nesta viagem alucinante? e desenho estas curvas no céu a amar uma terra tão fácil de amar, a segunda natureza que nada espera de nós... não há guerra que faça sentido, não há ego para alimentar, não há amor que seja para rejeitar!
o dia que levitei aos céus, segui sem medo da solidão porque a ausência genuína vale mais que a multidão dissonante e hipócrita. e estarei cá nos céus enquanto tiver força nos músculos para movimentar estas asas que tão cuidadosamente desenhei!
e parece que estou a voar e hoje compreendo a incompreensão, mas deixa-me aqui bem alto fora dessa intolerância e múltiplas personalidades dentro da mesma verdade a esquizofrenia que batalha até à ultima gota de sangue... caem bombas por mais um trono de merda, saltam corpos para a morte por uma mais uma coroa... aqui do alto, fujo da morte cerebral e da incessante luta por mais e mais e mais e mais e mais e mais e mais e mais e mais e mais e mais ...

imagem tirada de http://sprott.physics.wisc.edu

quarta-feira, agosto 16, 2006

a mar

avistei o mar coberto de pequenas ondas que outrora dançaram freneticamente. ouço o seu barulho ensurdecedor e silencioso como um ligeiro sopro no ouvido que faz estremecer todas as células deste corpo ainda cheio de vida. por favor leva-me e para bem longe, tão longe até ninguém nos ver.
pergunto-me como fui capaz de amar meras abstracções, como entrei nesta loucura de sentimentos idealizados, de corpos perfumados, de paixões superficiais capazes de esgotar toda a energia do coração.
e tu que amei todas as curvas e reflexos de ondas, como foste capaz de colocar essa máscara de plástico, a tua voz esgota-se na sua tinta gasta e ousada. outrora eras um mar infinito que dançava ao som das nuvens e ao reflexo do vento e como eu amava essa tua profundeza, essa tua imensidão, essa tua segurança... hoje, não passas de uma pedra fria cinzenta esquecida pela agua, abrigado do vento da vida e da chuva da paixão.
oh minha companheira! meu mar escondido, leva-me de novo ao fim do mundo, quero sentir a leveza do horizonte, a aventura do desconhecido e nadar com todos os peixes que festejam la no fundo das tuas águas!

terça-feira, agosto 15, 2006

nada a perder

não temos nada a perder se sorrirmos não temos nada a perder se amarmos. a felicidade do pobre vem do coração, a alegria da vida vem das lágrimas que brilham com o sol e reflectem o arco-íris desta vida cheia de cor.
e esta insensatez que alguém tramou, a falta esplendor, não passa duma mentira que se propagou. acorda para a vida cheia de luz com toda força que te conduz.
por vezes choramos acusando a tristeza sem fim, a falta de carinho deste mundo pungente. ai! porque estamos tão sozinhos e com tanta amargura, acusando o mundo de altivo? e o amor que quando chega ao fim parece não haver remédio que cure a ausência de calor?
não temos nada a perder se sorrirmos e se dançarmos, não temos nada a perder se vivermos, não temos nada a perder se darmos, se saltarmos, na verdade nada temos a perder se amarmos. com todo sentimento ao léu, com toda a vida em festa... porque mais cedo ou mais tarde ouvimos a voz do amor e deixamos a solidão. e por mais lindo sorriu-nos ou mais triste chorou o passado, a vida cá dentro não tem fim.

segunda-feira, agosto 14, 2006

BASTA!

e não consigo acreditar nas notícias! e mais não consigo conceber como somos todos indiferentes a esta guerra tão injusta! este baixar de braços, esta aceitação do sofrimento alheio e sem mexermos uma palha da nossa vida... e sempre julguei os nossos coração empáticos e sempre acreditei na força do amor!
porque não estamos todos na rua a protestar? como nos tornamos nestes seres humanos tão frios e automáticos? será a irrealidade da realidade virtual transmitida pela TV, serão os resumos abstractos, desviados? será tudo visto como um filme impossível de acreditar?
agarrados à nossa vida como um marinheiro agarrado a um mastro antes do barco afundar, só desejamos que as bombas não acertem nas nossas posses... que comunidade global vivemos, é totalmente desprovida de ligações humanas, é ridiculamente linear, inorgânica, desapaixonada! importa-nos mais o preço da gasolina do que milhares de mortes no líbano! há algum buraco onde me possa esconder? é o facto de serem árabes que torna a nossa tibieza ainda mais fria? quantas bombas são precisas deitar para que gritemos bem alto... BASTA!!!

domingo, agosto 13, 2006

12 e 13 de agosto

sábado 12 de agosto

a caminho do supermercado avistei um homem que tocava acordeão... sentado de forma pouco ortodoxa e de face escondida com a sujidade, tocava uma música alegre e popular. no cimo do acordeão, sentava-se um cachorrinho branco de focinho preto com uma garrafa de plástico cortado ao meio pendurada por um fio preto para os trocos...
uma imagem tão bela por detrás de uma realidade tão bruta e podre... uma garrafa de agua reutilizada, uma música alegre, um cachorrinho querido, um homem na luta por sobreviver no meio de tanta riqueza...

no supermercado no pagamento a empregada ao ver-me tirar os sacos de pano da mochila questionou de forma quase retórica com um grande sorriso, não vai ser preciso sacos pois não?
senti-me compreendido, porque na maior parte das vezes parece que nem olham e metem as compras num saco de plástico e eu tenho de dizer... não é preciso sacos, obrigado! parece que não mas há uma certa dificuldade em dizer isto, parece que estamos a rejeitar um favor... esta empregada era mesma simpática e ao me despedir desejei um bom dia ao qual era correspondeu com outro enorme sorriso... adorava que fossemos todos assim, sorrisos abertos e francos, é verdadeiramente contagiante e seguimos muito mais alegres e felizes rua fora...

domingo 13 de agosto

hoje as ruas parecem-me tenebrosas, apesar do pleno calor e luz de verão. há quase uma neblina invisível, fantasmagórica, o porto no verão é quase um vasto cemitério e o asfalto solta um calor quase molesto...
só os passarinhos sonorizam de uma forma jubilosa o cantar próprio da estação, domingos são com certeza os seus dias preferidos estarão abençoadas com a redução do números de carros podendo assim fazer ecoar os seus sons harmoniosos por distancias muito maiores.

sexta-feira, agosto 11, 2006

sem título

e a vida desenhou-me sem medo umas asas para seguir meu coração buliçoso e infatigável. sonho com o início da paz, não há harmonia com armas e ódio frívolo.
que interessa a cor, o pensamento, os seguimentos, as filosofias, as ideologias, as religiosidades, os cabelos, as barbas, as roupas, os deuses?
e consegues imaginar um mundo onde nada disso importa realmente? onde nos juntamos aqueles que o coração atinge a mesma frequência independentemente dos credos e ideologias, e respeitamos aqueles que o coração é dissonante com o nosso?
tanta racionalidade fútil, lógicas competitivas, testosterona descontrolada... meras abstracções a uma realidade sem ornatos e malícia.
guerras são desafinadas, desarmónicas e transpiram o horror e o asco. não haverá realidade mais medonha, mas quem as fomenta não vive de utopias ou sente o coração a mexer o corpo.
não quero participar nesta racionalidade barata, neste exercício de intolerância, neste lixo não degradável.

imagem tirada de http://www.arborsmith.com