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não há erros gramaticais ou morais, há maneiras de pensar. eu escrevo a dançar pateticamente uma musica sem som!

terça-feira, outubro 31, 2006

obrigado

peculiar esse teu vestido, cobre a alma da dor, é o medo da fantasia e do êxtase do movimento vital! o cenário é ofusco, e as tuas formas pernoitam abrigadas por uma cortina semi-transparente. lá sentes levemente umas notas de piano, sempre sem força para tocar até o fundo da nota, mas percorres todas as escalas e deixas o som explorar a tua quimera!
e concedes um toque? só para mostrar que estou aqui e aprecio esse teu canto e esses teus olhos ainda abertos, curiosos.
eu? sou um mero tolo, e acredito sempre nas mesmas fantasias, o tolo da paixão, o tolo da vida que acredita sempre na paz dum mundo em guerra, como acredita no amor das auras silenciosas! e mesmo sem a razão, lógica ou matemática do meu lado, não transbordo para o realismo. muitos dizem: é sinal de maturidade a conformidade, sinal de outros tempos, outra maneira de ver a vida. aceito as opiniões mas quero descansar sobre corações; a vida é longa, as paixões são curtas mas o amor é profundo como mar, deita-se no infinito do horizonte e dança alegremente com o vento. ora fecha os olhos e sente o seu som grave, o seu cheiro a voar com a brisa!

todos os dias agradeço silenciosamente ao mar, porque a sua sabedoria sustenta as minha utopias e sonhos!

domingo, outubro 29, 2006

sonho nº1

e lembro-me tão vivamente as paredes amarelas naquele corredor, algo largo, dividido por salas de aulas onde as cadeiras viradas todas para o mesmo lado desenhavam linhas quase perfeitas. tudo estava ordenado, pareciam equações matemáticas, até os rectângulos de madeira no chão pareciam fazer parte desta conspiração dos números. era um sonho, então eu vagueava por todo o lado no corredor, a dançar sobre a sua largura, feliz como um tolo, uma criança perdida no seu próprio mundo sem reparar no suposto ridículo dos seus movimentos que faziam da dança uma paródia.
de repente vi-te no canto do olho, eras tu que tinha deixado de ver há algum tempo, olhavas para mim com um ar pesado, triste, melancólico. quis perguntar porquê, quis saber a razão de tanta aflição, mas senti quase aquele incomodo de quem não tinha forças para ser incomodada. entraste na sala de aula, que nem sei como apareceu naquele sonho, e sentaste-te junto à janela que parecia concentrar toda a luz nos seus limites quadrados, deixando o resto da sala sombria e fria.
eu já tinha deixado de dançar, tava quase paralisado, estava de corpo recto, com os olhos abertos a tentar perceber o porquê! olhaste para mim de lado, os teus olhos pareciam querer esconder um infinito de tristeza, mas ao notares o meu ar de pena e perplexidade, desataste a chorar sempre com os olhos virados de lado em minha direcção... a tristeza afogava o meu coração, só queria saber porquê?

sexta-feira, outubro 27, 2006

sem título

o que sentes?
estou cego
muda o mudo
espreita o muro
estou aqui
a rodopiar sobre a lua
sobre o seu azul
na noite
e o cinzento do coração
perdido no escuro
a procura
do semblante certo
num espírito bucólico
serás tu?
o que sentes?
e respiro sobre o teu pescoço
sem saber o arrepio
que te afronta
sem saber
qual o destino
desse teu sorriso

quarta-feira, outubro 25, 2006

velo cidade

e nestes rastos no céu
viagens minúcias
de homens ambiciosos
que se deslocam
para não parar
o seu movimento postiço
nesta cidade
neste centro urbano,
onde a velocidade
é a apologia da não vida
e entra em ruptura
com os ciclos naturais
e nos tornam cativos
o protesto é parar
e seguir outros rumos
desviantes, anormais
e descobrir o encanto
da vida e das viagens
sentidas e nutridas

imagem tirada de: http://www.winstonwachter.com

segunda-feira, outubro 23, 2006

e s t r e l a

hoje cai e depois sorri, senti as lágrimas mas era apenas dádivas. será que a vida é tão simples, e será que somos tod@s diferentes? a paixão é tão infantil, tão pueril, inocente como um sorriso, e faz bater o coração de simplicidade, e por vezes sentimo-nos tão pequenos neste mundo ao pé daquele sentimento que nos deixa a arrastar pelos cantos e a pedir o amor a todos os sinais da natureza!
e pergunto-me, como serei tão criança? e como facilmente largo toda a razão, como deixo toda a lógica que me transmite a solidão. ela diz, estás só tu aí, ninguém sente o mundo como tu! és apenas um solitário da esquisitice, não vês o mundo, as bombas, as armas? o sofrimento e a maldade? não reparas que o pobre será pobre e o rico vencerá? és um coração mole, és uma mera criança a brincar a um jogo de charada, essa tua luta é inglória e não te enche os bolsos!
mas na verdade eu deito-me nesta cama muito mais pequena que o meu corpo, e a idade não pesa no sentimento. as contrariedades e fissuras da vida não vencerão as alegrias dum verdadeiro beijo ou as emoções de um toque leve e sentido na pele!

sexta-feira, outubro 20, 2006

um dia para ti

é beira mar e cheiro a areia a rolar com o vento, enquanto a chuva massaja-me a face fixo o horizonte marítimo. hoje, só um desejo, um simples desejo, um único sonho. o cabelo solto, molhado e pesado estica-se sobre os olhos desenhando pequenas janelas nesta paisagem que por breves momentos faz-me desejar ser marujo para fugir a todo este medo de amar.
fecho os olhos e contemplo o meu desejo sem medo do tempo passar e passar. nesta solidão física perante o imenso mar a minha imaginação rende-se ao enorme desejo de te conhecer e tocar. tu nem o sabes, provavelmente nem sonhas o belo mundo que se desenha sobre a minha mente! como te poderei explicar sem se perder toda a energia dos sentidos na racionalidade das palavras? ou nas incongruências das linguagens? como poderei exprimir sem ser num poema, numas palavras, uma pintura ou um conjunto de sons??

quinta-feira, outubro 19, 2006

exalto movimento

abraça o sonho
transmuta a vida

ousado pensamento
livre sonho
metamorfose do real

exalta o imaginário
segue a alma
atira-te de cabeça
fantasia a paixão

pega nesse teu físico preso às ordens e transfigura o seu movimento esticando-o para lá do limite dado admissível pela autoridade!

terça-feira, outubro 17, 2006

sorriso de olhos fechados

olha bem para mim, estou com mania de astronauta numa órbita lá bem longe desta terra. lá em baixo está tudo guerra! tá muito pesado o ambiente aí no chão, e já nem me atrevo a pensar no perdão. não tenho saudades desse canto de ganancia e luxúria, aqui no alto tá-se bem melhor, viajando de um lado para o outro sem deixar rasto. aqui podemos amar sem ser atropelado, aqui neste canto não interessa quantas notas tenho na mão; onde eu estou, posso amar sem restrição, aqui neste sítio bem longe, onde vivo, não há reis nem servos, não há propriedade nem religião. aqui ninguém luta por uma coroa no ego nem por uma vida requintada e de cosmética fria! não interessam idades, belezas exteriores ou posses! interessa sim, sentido de humor, compaixão, companheirismo, desgosto pela moda e simplicidade! serei sonhador, serei utópico, serei tudo o que os mais conservadores rejeitam, mas cada vez que fecho os olhos solta-se este sorriso de astronauta, de quem vê o mundo lá do alto com a certeza que um dia será melhor.

imagem de: www.geo.mtu.edu

segunda-feira, outubro 16, 2006

sol

fixando o sol perde-se o receio do mais tenebroso e sombrio. abrimos o céu e os raios solares iluminam este canto tão meu. choveu pela manhã, e assim andei solto a tocar com as pontas dos pés nos paralelipípedos de madeira. quando o céu abriu e estas cores fizeram reduzir a retina estas letras pareciam iluminar uma voz, espero, a tua voz!
comandas os meus dedos, enches o seu toque num turbilhão de emoções, imagens, flashes, pequenas palavras, o toque leve na face, as lágrimas de admiração. lá dentro, vivo o caos de não perceber essa tua comunicação gestual! gostaria de saber saborear todos estes momentos que pernoitam no meu peito, que reduzem o tempo a uma mera abstracção ilusória.

pensa mentos

deixo estes pensamentos
para ti
deixo voar
até ti
não consigo exprimir
ou sequer conceber
ou perceber
esta paixão
e será que esperas?

quem me dera
ser livre de falar
de te explicar
que tudo é simples
e tudo o que sinto
e levo
para o meu mundo
é também teu mundo

e gostava de explicar
o que acho do amor
e da paixão
e do carinho
gostava só de poder dizer
o que realmente sinto!

sexta-feira, outubro 13, 2006

v i a j e i

escuta, ao de leve
ela saltita como um piolho
estrangulado pela cerração
é beira mar
e os peixes pedem a paz
não há lua a reflectir
só álcool para beber
e homens para segredar
insípidos olhos
insossos, salubres
não há luta para travar
deixo-te nos escombros
passaram 6 meses
procura teu caminho
viajei...

quarta-feira, outubro 11, 2006

gigante minúsculo lar

tirado de: clydevalley.free-online.co.uk

e todos os ventos em vendaváis descobrem rupturas no tempo, vidas em festivais, sombras conspirando a luz trazem ao mundo a benesse de sentir a alma de gaia.
serás tu o rei dos rios? dos mares? das terras? serás deus desta bola gigante e tão minúscula no universo? ou seremos todos filhos e apenas visitantes temporários de todos os espaços cuidadosamente desenhados pela história e cedidos com todo o amor?

terça-feira, outubro 10, 2006

p r i m a v e r a o u t o n o

sabe a primavera solta este outono desmazelado, e os corações partem e voltam com novos sentimentos e aventuras perdidas no bosque da vida!
enfim, as gotas da chuva clarificam o olhar e esse teu sorriso é tão belo tendo em conta este prazer tão perdido, esta luta nova por sentir o cheiro das estações, o oxigénio do ar!
espero que esperes ai por mim, porque gostava de conhecer a tua história e a tua essência; não só porque desejo mas porque os teus olhos soltam a bondade!
e deixei o diário duma antiga paixão, este é o diário de uma nova vida que abriste sem dares conta. e abri os olhos com novos horizontes e posso deixar a chuva cair sobre os meus ombros e o cansaço soltar-se no expirar... posso mover o corpo sem medo da queda e cheirar as flores de outrora primavera. será amor, ou será paixão, ou será só a liberdade? pouco importa a designação deste presente do presente. só estou a espera do momento exacto para ver o que mudou na lua, observar os contornos dos vales, das depressões, dos contrastes, das sombras das estrelas.
e talvez amanha ou depois quando estiver na rua, sentado na noite, a observar aquela esfera tão peculiar no céu saberei se este novo sorriso será mesmo teu.

s e m a l m a p a r a s o f r e r

quero ser;
parede do quarto
tijolo
deixado no centro do prado
arvore sem folhas
chão calcado!!!!!!

quero ser;
assentimental!!!!!!!!
feio, frio,
aceite, dormente

sem nada para viver
sem alma para sofrer

voar?
só se for num avião!!!!!
porque não sei sonhar
só sei obedecer

quero;
um carro de ponta
uma barbie para limpar o pó
filhos para escravizar!!!

sem nada para viver
sem alma para sofrer

quero;
ser a apologia do sistema
obedecer sem reclamar
falar sem pensar

quero;
chão de ouro!!!!!!!!
pijama de seda
fato e gravata num armario

quero;
ser normal
ser como tu
como marionetas!!!!!!!

não quero ser ser!!!
quero ser
tudo o que ensinaste
tudo o que impuseste!!!!!!!

segunda-feira, outubro 09, 2006

o s p a s s o s n u m a i g r e j a


no outro dia, enquanto vagueava lentamente, pelas ruas da cidade, sozinho, sem sítio para chegar, entrei num igreja, o silêncio rico ecoava de forma quase ensurdecedora entre todos os ornamentos de paredes, arcos e estátuas. o barroco sempre me perturbou a calma pela sua falta de simplicidade e mesquinhez; no entanto, sentei-me e por momentos, deixei-me invadir pela realidade; ali milhões de pessoas deixaram os seus desejos, aflições, dores, sofrimentos e muito que lhes pesava na vida. conseguem imaginar tantas vidas ali a pedir o perdão ou a pedir um vida melhor? o amor que os deixou ou o fim de um sofrimento que os afoga?
por vezes, o passado, é como uma faca de lamina afiada, que dia após dia, entra lentamente no coração! o arrependimento de um amor que deixamos porque quisemos viver o conforto e a segurança, o arrependimento de não ter vivido, de não ter escapado as amarras da vida imposta, o arrependimento de seguir uma vida superficial sem luta, sem paixão! a juventude morta, o amor deixado para trás!
ali, naquele sítio de tecto alto e em arco, tod@s têm algo a deixar e todas aquelas memórias parecem infiltra-se no ar e no cheiro da madeira velha, e é quase sufocante se quisermos realmente e genuinamente respirar. ai se eu pudesse fazer entender a todos aqueles espíritos, e ao meu, que a vida vive-se no presente, que tudo é exequível e nada é tarde demais...
é incrível o número de espaços para a moeda, como se... se deus realmente existisse ele iria conceder o perdão por um moeda!
na verdade, o novo deus de hoje está disfarçado de números numa conta bancária, as novas igrejas serão os grandes templos modernos, os hipermercados, os centro comercias, e todas as outras grandes superfícies comerciais. lá, reza-se à beira das montras para esquecer a vida. lentamente o poder de alienação passou das igrejas para o estado, e do estado para a ditadura do capital! a publicidade são como padres atraentes a vender uma moral e a televisão os soníferos que adormecem o corpo e a energia da vida!
mas, muitos tão fartos deste sistema de merda; a esperança está na luta sem armas, na criatividade da rebeldia, no abominar da racionalidade imposta, no questionar os modos civilizados, nas atitudes desviadas, nas loucuras sãs, nas palavras francas e sem medo da rejeição!
nesta luta podemos por vezes perder a segurança ou o conforto, mas ganhamos um futuro para sonhar e um mundo para sorrir!

domingo, outubro 08, 2006

Loja Livre



Local: Casa Viva

www.casa-viva.blogspot.com/

Praça do Marquês, nº 167

Quinta das 17 às 22h

Sábados das 17h às 24h


Este cantinho pretende incentivar as pessoas a darem aquilo que já não faz falta e que está muitas vezes a ocupar espaço em casa. Aqui podem deixar esses objectos para quem precisar deles, os levar, sem pagar nada. Assim todos saem a ganhar: uns em espaço, outros ficando com a vida mais facilitada! Promove-se também um consumo mais ecológico e a união da comunidade local.

Deixa-se à consciência de cada um a responsabilidade de levar da loja apenas o que realmente necessita. O objectivo é reduzir no consumo e reutilizar. Podes trazer de tudo: livros, relógios, quinquilharias, ferramentas, electrodomésticos...

Junta-te a esta iniciativa!


sábado, outubro 07, 2006

Copyriot


sexta-feira, outubro 06, 2006

debate sobre a praxe no pinguim

no outro dia, estive num debate sobre a praxe no pinguim. logo que comecei a ouvir o dux da faculdade de direito pensei que o que teria para dizer apenas seria uma luta de ideologias entre o ultraconservadorismo e a rebeldia, o que de certa forma foi o que se verificou e o que me fez estar a maior parte do tempo calado. só bradei qualquer coisa quando alguém fez alusão ao facto de alguns praxistas serem maus outros bons e por isso havia abusos por parte dos maus, ao qual eu tentei explicar que era apenas resultado das discrepâncias hierárquicas da praxe. porque acho isso tão óbvio, quanto maior for as diferenças de poder mais tendência para abusos haverá, mais falta de comunicação e noção dos sentimentos e emoções do outro, mesmo que alguém possa chegar e não ser tão "mau". e esta é uma das bases da contestação na sua optíca racional.
mas entretanto estive a ouvir bem o que diziam para ouvir um pouco para lá dos argumentos, perceber um pouco a psicologia das pessoas.
hoje a conclusão que tenho é: existe quase a perfeita noção por parte de quem apoia a praxe que o que se faz lá é mau, aliás muitas vezes isso é quase dito directamente, mas, a defesa é que estão a fazê-lo em defesa de outro bem e esse arranjam-nos às pancadas, porque a defesa às vezes nem para os outros, é para si mesmo, para sua própria atitude e então fazem-no duma forma quase infantil. então, clamam que ao humilhar os outros estarão a fazê-los passar por dificuldades, o que faz com que eles cresçam porque tiveram que lidar com isso. que ao criar o inimigo, que são eles, assim existirá uma união entre os que estão a ser humilhados. claro isto é um argumento quase patético para quem vê de fora e não tem essa necessidade de defesa. como se alguém tivesse de ser deliberadamente humilhado para aprender alguma coisa da vida! como se a vida já não nos apresentasse por si só dificuldades para crescermos naturalmente.
outra defesa e igualmente evidente, porque é esfarrapada, é alargar o conceito de praxe para tudo o que é académico, como quem não quer discutir a parte relativa ao gozo, é obvio aí, que sabem, que essa parte é a parte má, mas convencem-se que se não tiver essa parte má todas as outras não poderiam existir.
e a que é mais imatura de todas é dizer que o mundo não é perfeito e dão exemplos de coisas más que há no mundo. como a dizer isto é mau, mas olha, também deitam bombas no iraque, e nas empresas os patrões abusam dos empregados, porque se chateiam connosco? como se o mal justificasse outro mal, se tivessemos todos este tipo pensamentos com certeza ainda viviamos no feudalismo! é tão estranho ver gente a defender ideais do tempo da idade média, as vezes penso mesmo, será que isto existe?

quarta-feira, outubro 04, 2006

gente sem patente contra ataca

onde só as crianças sonham tocar

e ajudas-me a carregar esta pedra?
vou colocar lá bem no cimo, onde só os pássaros chegam, onde só as crianças sonham tocar!

queres partir novamente comigo?
juntos podemos chegar ao infinito, sem medo podemos partir bem longe
onde os arco-íris brilham e a agua reflecte-te como um espelho! lembras-te de como as nossas mãos se entrelaçavam? não precisavamos de sonhar porque viviamos! lembras-te?
e as histórias que contavas, de um dia olhares a lua e pedires o teu desejo; era o nosso desejo, lembras-te? ou era tudo uma mera fantasia para guardar num álbum de recordações?

estará alguém aí nesse canto que me parece tão longe como marte? estará alguma voz a chamar por mim? eu só ouço uma pequena batida bem ao longe, só sinto que ainda está bem viva! faltará a sensibilidade para a conseguires ouvir? ou o patologia da normalidade engole a autêntica vontade?

terça-feira, outubro 03, 2006

pelo dinheiro

e estará algo a nos iludir? e conseguirás ver por detrás de todos esses olhos frios e máscaras ou será que foges e te encobres no teu refúgio secreto onde ninguém te toca e sente?
e quando nós andávamos nas escolas? as filas nas salas de aula e as matérias enfadonhas em que no fundo só queriam que não sonhassemos, e absurdamente tudo era racionalizado, linearizado para que um dia não soubessemos distinguir uma ordem dum sentimento!
e lá fora discute-se quem vai ser o rei e largar a bomba! discute-se quem será oprimido e quem irá viver na luxúria! haverá refúgio que nos tapa os olhos de todo este absurdo? haverá um canto mágico, como uma árvore de conto de fadas onde podemos esquecer este mundo estúpido?
será que isto é perigoso? será que ficarei igual? ou será que o este meu coração ficará destroçado, arrancado, mutilado?
não vejo aviões nos céus! estarão a deitar bombas noutro canto do mundo? e lembras-te quando ouvimos o som das chamas sobre os povos naquela caixa que serve de portal para o mundo? e lembras-te dos corpos queimados e dos sorrisos engravatados no mundo dos reis?
e destroem e constroem, destroem e constroem! este mundo é patético e muito em breve querem todos de fato e gravata a marchar em direcção aos bancos com a mão direita ao alto... esta é a guerra do dinheiro contra a vida, da não-vida pela morte contra os sentimentos autênticos!

19

e sabes o que desejo
a felicidade do teu olhar
o amor
da vida

e sabes o que anseio?
o descobrires a essência
da vida

podes nunca perceber
ou sequer conceber
mas sei bem o que falta

não serei eu a clamar
a falta de bom senso

porque a vida
é tua, autónoma
sem medo apenas elogio
o que admiro

não vou pedir
para me salvares
porque eu vivo
eu morro, eu danço
eu viro e me esquivo
da futilidade do medo
da ilusão da vida moderna
da obediência colectiva

não quero julgar
estarás num sítio quente ou frio
eu sei onde não estarei
eu sonho onde viverei